Dezembro de 1977. Nova York. Ziraldo e sua mulher, Wilma,
num hotel grã-finíssimo. De manhã cedo, Ziraldo, devidamente munido do
cardápio, foi pedindo seu breakfast à pressurosa telefonista da copa:
– Two cups
of tea with lemon, coffe, milk, two three minutes eggs, orange juice, bread,
butter, toasts, jelly…
Findo o rol, Ziraldo ouviu a moça afirmar:
– Yes, sir, I remember
Ziraldo comentou com Wilma, desligando o telefone:
– Tudo bem. Ela disse que se lembra de tudo que eu disse.
Passaram-se vinte minutos, meia hora e nada do breakfast.
Quarenta e cinco minutos. Ziraldo insiste: e fala em “inglês” com a mesma moça
da copa.
– O breakfast está muito atrasado. Já pedi há quase uma
hora.
– Yes, sir – disse a moça com convicção. “I remember!”
Ziraldo desligou satisfeito:
– É, ela não esqueceu.
Uma hora e meia e nada da encomenda. Wilma se adiantou:
– Espera, Ziraldo. Deixa que eu falo.
Ligou. Falou com a moça. Desligou, satisfeita. O Ziraldo:
– Afinal o que houve? Ela continuou dizendo que se lembra?
Wilma, com paciência:
– Ela não dizia “I remember”, Ziraldo. Ela queria o “room
number”, o número do quarto.
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