Dizem que essa história aconteceu com o jornalista recifense
Edmundo Celso, um destacado quadro comunista do velho Partidão, apesar de
circular em Manaus uma história semelhante, atribuída ao também jornalista
Farias de Carvalho, outro destacado quadro do Partidão.
Vamos à versão dos pernambucanos:
Nos anos 60, quando a repressão do governo recrudesceu, o
Coronel Alvino, chefe das brigadas anti-subversivas pernambucanas, espécie de
extintas volantes sertanejas, prendeu todos os companheiros do PCB com toda
ferocidade.
Menos Edmundo Celso, que ficou no maior desapontamento com a
discriminação.
Rejeitado e frustradíssimo, deu um telefonema anônimo para o
coronel denunciando-se com voz sussurrada:
– Aqui quem fala é um patriota. Eu quero lhe avisar que o
pior subversivo de todos está solto, o mais perigoso, o mais cruel e sanguinário.
Chama-se Edmundo Celso.
O coronel:
– O quê? O Edmundo Celso? Aquilo é um afofa-bosta! Não passa
disso, um afofa-bosta!
Edmundo Celso, desnorteado, denunciou-se para valer:
– Afofa-bosta é a puta que pariu! Ouviu, seu filho duma
égua? É a tua mãe!
Foi preso no mesmo dia. Por desacato a autoridade.
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